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Wikileaks: Venezuelan ambassador Freddy Balzan emails 2005-2008

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Title: DEBILITA-SE A DITADURA DOS MONOPOLIOS MIDIATICOS

 

    DEBILITA-SE A DITADURA DOS MONOPOLIOS MIDIATICOS

 

 

         Frente âs debilidades politicas e ideologicas da directa, os grandes monopolios da midia mercantil assumem a funçáo de diirigentes da direita latino-americana. Náo é novidade para nós. Eles foram peças essenciais para preparar o clima do golpe militar de 1964 no Brasil, em que, com exceçáo do jornal Ultima Hora – fechado pela ditadura militar – toda a imprensa privada brasileira pregou a derrubada do governo democraticamente eleito pelo povo brasileiro, convocando as FFAA a instaurar a ditadura militar que vitimizou o povo brasileiro durante mais de duas décadas.

 

         No periodo atual, os grandes grupos oligarquicos que dominam a imprensa do continente voltam a desempenhar esse papel. As varias eleiçoes latino-americanas tëm em comum uma totalitária frente opositora contra os candidatos a que se opóem essas oligarquias: Lula, Hugo Chavez, Evo Morales, Rafael Correa, Lopez Obrador enfrentaram esse mesmo bloco opositor. Provavelmente Kirchner enfrentará o mesmo problema.

 

         Um bloco que constitui uma frente continental, solidaria na defesa dos seus interesses corporativos, que se chocam frontalmente com a construçáo das democracias no continente. Porque nunca teremos democracias sem que exista um processo democrático de construçáo da opiniáo pública, que seja transparente, pluralista, público.

 

         Um dos instrumentos da ditadura midiática privada é a apropriaçáo monopólica do espectro radioelétrico, um bem limitado, de caráter público. Atualmente 80% dos canais de televisáo aberta e das emissoras de radio na Venezuela pertencem ao setor privado, cujas opçóes politicas sáo amplamente minoritiárias no país, conforme atestam as eleiçóes, certificadas na sua lisura por todos os organismos internacionais presentes nas eleiçóes presidenciais que relegeram a Hugo Chavez para la presidencia do país.

 

         Das 709 rádios, 706 pertencem a empresas privadas e tres a entidades estatais. Dos 81 canais de televisáo, 2 sáo estatais e 79 privados. Dos 118 jornais, dos quais 12 sáo de caráter nacional e 106 regionais, todos sáo privados.

 

         Termina, no próximo domingo, o contrato de concessáo a um dos principais representantes da oligarquia privada da mídia venezuelana – Radio Caracas Televisáo - que participou ativamente no golpe militar – frustrado pela decidida açáo popular – de abril de 2002, apoiado pelo governo dos EUA e por vários órgaos da mídia brasileira. Em reuniáo com o efëmero chefe do governo golpista, Carmona, os magnatas dos monopolios privados – entre eles Marcel Granier, proprietário de RCTV – que podiam “garantir o apoio da midia”.

 

         Um apoio que foi muito mais do que isso: a midia privada foi o grande incitador do golpe, deu toda cobertura â derrubada do governo legitimamente eleito pelo povo venezuelano, deu ampla cobertura do congraçemento dos golpistas no palácio presidencial e suspendeu qualquer cobertura, substituida por desenhos animados dos EUA, quando o povo entrou em cena e restituiu o poder ao presiente que haviam democraticamente eleito.

 

         Seguindo a mesma orientaçáo de só informar o que lhes interessa e da maneira que lhes interessa, a imprensa brasileira anunciou uma suposta grande marcha da oposiçáo para sábado passado, dia 19. A manifestaçáo foi um fracasso. Os próprios orgáos de imprensa da oposiçao venezuelana, que a convocaram, que anteriormente falavam de centenas de milhares e até um milháo em manifestaçoes anteriores, desta vez teve que se limitar a falar de dezenas de milhares. Como foi um fracasso, a mídia brasileira náo mencionou a manifestaçáo, mesmo vários deles tendo correspondentes em Caracas.

 

         O governo venezuelano náo agiu imediatamente ao golpe fracassado de 2002.. Esperou cinco anos, até que termine, no dia 27, o contrato de RCTV, para náo renova-lo, substituindo-o por uma TV pública, que começa suas transmissóes â zero hora do dia 29, com o nome TEVES (vocë se vë, em castelhano) – Televisáo Venezuelana Social.

 

         Com isso, avança o pluralismo, se enfraquece a ditadura dos monopólios privados da comunicaçáo. Ao contrário do que propagam as expressóes nacionais desse oligopolio em cada um dos nós países que, como sempre, principalmente quando afeta diretamente sua posiçáo monopólica, reflete a realidade da cabeça para baixo.


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